quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Fidel Castro felicita iniciativas da Venezuela a favor de Gaza


PDFImprimirE-Mail
  
Imagen de muestraHavana, 21 ago (Prensa Latina) O líder histórico da Revolução cubana Fidel Castro teve na terça-feira um encontro com o presidente da Venezuela Nicolás Maduro, a quem felicitou pelas ações que essa nação desempenha a favor do povo da Faixa de Gaza.
A seguir a Prensa Latina transmite na íntegra o artigo de Fidel Castro sobre a visita de Maduro, titulado 'A verdadeira amizade'.

Ontem recebi a visita do Presidente da República Bolivariana da Venezuela, que realizou uma viagem ao exterior relacionada à defesa de importantes interesses petroleiros de seu país.

Em sua passagem por Cuba, aproveitou para fazer contato comigo e me cumprimentar pessoalmente como tinha prometido, em 13 de agosto desse ano, quando tive o privilégio de cumprir 88 anos. Nesse dia, tinha me obsequiado algumas frutas, entre elas, umas pequenas como pérolas, que eu nunca sequer tinha visto e são de excelente sabor.

Também me presenteou um uniforme, obséquio dos atletas venezuelanos que buscam medalhas para seu país.

Fiquei extraordinariamente feliz que cumprisse sua visita tão cedo, não só pela honra que implica sua presença e iniciativa rápida, exigida pela difícil tarefa de levar adiante a luta épica de Hugo Chávez, mas também pelas atividades excepcionais que está realizando.

Nosso mundo está vivendo um momento excepcional e único, a cada dia é maior o número de pessoas que estão atentas a isso. Entre tais acontecimentos, um dos mais dramáticos é o genocídio que se leva a cabo na Faixa de Gaza, onde 1,8 milhões de seres humanos vivem encurralados entre o deserto, o mar e o poder militar de um país do Oriente Médio, criado pelo império mais poderoso que já existiu ao longo de mais de meio século e a um custo, segundo alguns estimados, que se aproxima a cem bilhões de dólares, uma potência militar nuclear sofisticada e ao mesmo tempo irresponsável. Muitas pessoas se perguntam: Quem governa quem? Estados Unidos a Israel ou Israel a Estados Unidos?

Os fatos são visíveis. Mísseis com alvos programados, bombardeiros velozes e precisos, artilharia blindada e tanques modernos atacam edifícios repletos de pessoas, assim como hospitais, escolas e instalações de serviços matando crianças, jovens, idosos, mães e pais indefesos.

Antes aconteciam fatos atrozes. Sem nos remeter a passados milênios, mas a lutas que ocorriam antes da Segunda Guerra Mundial: guerra da Etiópia, Guerra Civil da Espanha, bombardeio de Guernica, guerra do Japão para conquistar a China, intervenções dos Estados Unidos na América Latina; fatos que causavam comoção, mas que em nada se pareciam às cenas assustadoras que hoje se observam nas imagens que cada cidadão vê em seus lares por televisão. Os políticos se turvam e o caos se evidencia na política mundial.

Por isso foi tão útil o encontro com o Presidente Venezuelano. Pareceu-me no entanto que guardar silêncio não beneficiaria ninguém. Com a maior sinceridade, o felicitei pelo que estava fazendo pelo povo mártir da Faixa de Gaza. Que os países que sofrem uma tragédia merecem uma ajuda contínua na medida dos recursos de um país, por mais dura que seja sua própria situação. Isso foi o que Cuba fez, ainda em seus tempos mais difíceis, sob o feroz bloqueio yanki que dura já mais de meio século.

O que a Venezuela faz hoje é um exemplo excepcional. São conhecidas as medidas púnicas do imperialismo contra ela, desde que tentaram derrocar Chávez com o apoio da oligarquia fascista da Venezuela, e eliminá-lo se fosse possível. Ele nunca vacilou e foi solidário com nossa Pátria nos tempos mais difíceis.

Felicitei Maduro por sua extraordinária solidariedade com o povo heróico da Faixa de Gaza. Mal chegaram notícias do genocídio e o elevado número de crianças, mães e outras pessoas feridas ou assassinadas pelos ataques genocidas de Israel, ordenou preparar um avião militar de carga, de fabricação norte-americana, que só com grandes dificuldades pode superar o bloqueio de peças por seus fabricantes, e enviá-lo com equipamentos, medicamentos e alimentos essenciais ao Egito com destino a Gaza; enviou além disso o incansável Ministro de Relações Exteriores ao Cairo a fim de obter o apoio apropriado para fazê-los chegar a quem desesperadamente precisava.

Desde então, os valentes pilotos venezuelanos transportam sua carga humanitária, que permite salvar mães, crianças e idosos da morte. Lia hoje, no entanto, um despacho da agência AP procedente da Venezuela, no qual se publicam declarações da "Associação de Clínicas e Hospitais da Venezuela, que agrupa [...] centros de saúde privados do país", pedindo ao Governo que seja declarada uma "emergência humanitária" para enfrentar a "escassez de insumos, medicamentos, equipamentos médicos e repostos" que, asseguram, "põem em risco a vida da população."

Que enorme casualidade! Esta demanda é feita precisamente quando na Faixa de Gaza se produz o genocídio yanki-israelita na região mais pobre e superpopulada dessa comunidade que viveu ali ao longo de milênios.

Isso é o que faz a conduta de Maduro ser tão meritória e dos militares e especialistas venezuelanos que levam a cabo uma ação tão exemplar perante a tragédia do povo irmão da Palestina.

Muitas coisas poderiam ser ditas diante deste fato notável se o Homo Sapiens conseguisse viver - "o que estaria em suas mãos" -, e não exterminar-se a si mesmo.

Durante um percurso por áreas que implicam grandes perspectivas de produção alimentícia, aparecem duas trabalhadoras. Perguntei-lhes se conheciam quem me acompanhava. Olharam bem e disseram: "O presidente Maduro", e sorriram. Perguntei-lhes que nível de escolaridade tinham. A mais jovem disse: "12 graus". A outra, ainda jovem e forte, respondeu que tinha se formado como professora de Educação Física e Esportes, e que trabalhou vários anos. Finalmente perguntei-lhes se estariam dispostas a trabalhar na Venezuela, e com entusiasmo me responderam: "É claro que sim!". Não me estendo se pretendo publicar este texto hoje mesmo, como expressei ao Presidente venezuelano.

Fidel Castro Ruz

Agosto 20 de 2014

6 e 44 p.m.

tgj/cc
Modificado el ( jueves, 21 de agosto de 2014 )
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário